Durante a 17ª Sessão Ordinária, realizada no último dia 15, os vereadores aprovaram o Projeto de Lei nº 90/2025, de Daniel Sepulvida, que propõe o fornecimento gratuito de aparelhos digitais para medição e controle de glicemia para crianças e adolescentes de São Pedro. Segundo o parlamentar autor da proposta, há essa necessidade desses aparelhos para os menores de idade. “Adultos têm essa entrega garantida, mas os mais jovens não”, afirma. “Apresentei esse projeto após ser procurado por munícipes que relataram as dificuldades enfrentadas no cuidado diário de crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, especialmente quando também há o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista. O monitoramento da glicemia é essencial, mas para os jovens o processo é doloroso, repetitivo e causa sofrimento. Com os aparelhos digitais modernos, como sensores e monitores contínuos, conseguimos oferecer mais qualidade de vida, segurança e autonomia para essas famílias”.
A propositura reserva a pacientes com diagnóstico de Diabetes Mellitus Tipo 1 e com também Transtorno do Espectro Autista (TEA) prioridade no atendimento. “Veio uma mãe me procurar que contou das dificuldades que têm para sair de casa com o filho e medir a glicemia na unidade de saúde”, relata Daniel Sepulvida. “Com o aparelho em casa, ela não precisará sair. Terá mais tranquilidade para cuidar do menino”. A prioridade se dá devido à maior dificuldade para o manejo clínico, sensorial e comportamental, em casos de menores autistas.
Segundo o vereador, o monitoramento será feito de maneira mais prática, menos invasiva e com melhor precisão. Há a possibilidade de inclusão de sensores de glicose, monitores digitais e outros dispositivos aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
TEA
Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem ter um maior risco de desenvolver diabetes, tanto no diagnóstico quanto por fatores comportamentais. A combinação de TEA e diabetes apresenta desafios únicos, como dificuldades sensoriais e de comunicação, que podem tornar o controle da glicemia mais difícil e complexo.
Estudos indicam que o autismo pode estar ligado a um risco elevado de desenvolver diabetes, possivelmente devido a fatores genéticos e ambientais. Pessoas com autismo podem ter sensibilidades sensoriais aumentadas, o que pode tornar procedimentos como a medição de glicose (picar o dedo) e a administração de insulina desconfortáveis.
O diabetes pode alterar a rotina e causar estresse e ansiedade em autistas, que muitas vezes dependem de rotinas previsíveis. Por isso a necessidade de se ter aparelho medidor de glicose em casa. “Acredito que o custo para implementar o programa não será alto. Crianças e adolescentes diabéticos não são muitos. Diabético com TEA, menos ainda”, ressalta o vereador Daniel Sepulvida. “Esse projeto nasceu ouvindo as demandas da população e tem como objetivo garantir mais dignidade, cuidado humanizado e justiça social. É um passo importante para tornar São Pedro uma cidade que olha de forma especial para quem mais precisa".
